Informação e solidariedade

A idéia inicial deste blog está relacionada à vontade de difundir, através de instrumentos audiovisuais ao maior número de pessoas possível, informações, dados e notícias relacionadas a tragédia provocada pelas chuvas no estado de Santa Catarina no final deste ano.

Tudo isso será exposto aqui por meio de artigos e links de sites e blogs que contenham notícias e informações que possam oferecer suporte aqueles que tiverem interesse em se interar melhor sobre esse assunto, que ocupa a primeira página dos principais jornais do Brasil e de toda America Latina.


Mas este blog não vai se restringir apenas ao monitoramento da grande imprensa. Vamos produzir matérias sobre este tema. Em conjunto com o Corpo de Bombeiros de Londrina vamos apresentar depoimentos que ajudem na compreensão de situações como esta que assola Santa Catarina.


Para que possamos explicar melhor alguns dos fatos ocorridos, em especial o fenômeno que causou a catástrofe vamos produzir artigos e comentários a respeito do clima, do meio ambiente e de um tema pouco abordado na mídia em geral, a sustentabilidade.

Aos poucos vamos explicar a funcionalidade e os mecanismos deste blog para que você possa interagir com nossos posts, entre outros.


Para quem tiver dúvidas, críticas e sugestões o e-mail de contato é:

sos.santac@gmail.com

8 de dez. de 2008

Governança ambiental será que existe?

Rodolfo Brandão

Você já ouviu falar das matas ciliares? Elas contribuem para que não aconteça o assoreamento (deslizamentos das beiras de rio) e também servem para garantir o equilíbrio natural da biodiversidade a seu redor, o qual favorece a boa qualidade da água e da vida dos animais e microorganismos que vivem nos rios.

Ou seja, o mato que há nas beiras de rio é uma cobertura vegetal que garante toda vida que há na água. E quando as atividades humanas desrespeitam o limite de exploração desses recursos, ela acaba desequilibrando todo o processo rotativo da biodiversidade dos rios. Afetando não só ela, mas todos nós.

Pensando nisso que em 1997 foi instituído a Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) pela lei número 9.433, que trata entre outros assuntos de que exista em cada bacia hidrográfica um comitê de bacias. O comitê reúne pessoas de todas as áreas de atuação e instituições públicas e privadas para traçar planos de desenvolvimento das comunidades que vivem às margens dessas bacias e fiscalizar todas as atividades que são desenvolvidas próximas de determinado rio.

Segundo a professora da Fundação Universidade Regional de Blumenau (FURB), Beate Frank, PHD pelas Universidades de Berkeley, na Califórnia, e de Fachhochschule für Wirtschaft, na Alemanha em entrevista a Carbono Brasil:

“Se os recursos hídricos recebessem a devida atenção, as cidades poderiam reduzir os danos gerados por fenômenos climáticos extremos”.

Ela se refere ao descaso feito pelos governos em especial ao de santa Catarina que contribuiu para a expansão urbana desenfreada.

A professora Beate lamenta a falta de articulação que existe no estado para enfrentar os problemas ambientais. “O nível de governança é baixíssimo e Santa Catarina tem se omitido muito na questão ambiental”, lastima.

Frente aos desastres, em particular na região do Vale do Itajaí, Beate diz temer que não ocorra a mudança necessária nas práticas de ocupação mesmo depois desta tragédia. “Não vi nenhum esforço de articulação nos últimos dias; há um descompasso entre vários conhecimentos e institucionalmente a situação é caótica”, aponta.

A especialista, que coordena o Projeto Piava de proteção de nascentes e matas ciliares na bacia do rio Itajaí descreve o que aconteceu na região dizendo que “primeiro houve a desconfiguração da paisagem; depois das moradias; e, em seguida, a desconfiguração institucional”.

Gostaria de lembrar a todos que aqui na nossa região existe o Consórcio Intermunicipal do Rio Tibagi (Copati). É ele quem desenvolve ações de proteção e conscientização da sociedade.

No entanto, infelizmente, o Consórcio ainda não atua de forma efetiva na sociedade que vive perto desse rio. Há de se reconhecer que, de fato, existem planos e projetos que são traçados em parceiras com prefeituras e empresas, comprometidas com a sustentabilidade das populações que vivem perto do rio.

Mas que essas ações ainda são incipientes aos olhos da população.

Talvez em partes seja culpa da mídia, em divulgar o que é de interesse de seus anunciantes.

Porém há de se deixar claro que a sociedade ainda não acordou para o problema em questão, que já mostra qual será o futuro das populações que estão próximas aos rios.

Mais informações acesse: carbonobrasil.org.br


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